Face a imponderáveis de última hora, o debate «Orçamento do Estado e Desafios para a Saúde em 2023», programado pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) e o seu Grupo de Estudos de Gestão em Saúde (GEST) para o dia 12 de dezembro (segunda-feira), pelas 18h00, foi adiado. O debate em causa será realizado em janeiro de 2023, com nova data a anunciar brevemente.
Esta iniciativa de reflexão e partilha de ideias sobre o Orçamento de Estado para 2023 e as suas implicações no setor da saúde e na prestação de cuidados de saúde primários (CSP) de qualidade estará acessível aqui. Embora o debate tenha transmissão online, existem algumas vagas disponíveis para assistir ao evento presencialmente na sede da APMGF, em Lisboa. Se estiver interessado, por favor reserve o seu lugar através do endereço apmgf@apmgf.pt.
O debate terá como intervenientes Nuno Jacinto (Médico de Família e Presidente da APMGF), Vanessa Ribeiro (Coordenadora de Planeamento e Inovação na Administração Central do Sistema de Saúde – ACSS), Eduardo Costa (Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Economia da Saúde – APES) e Catarina Baptista (Vogal da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares – APAH).
Segundo Miguel Azevedo, membro do GEST, espera-se que este debate possa ser um espaço privilegiado para abordar aspetos fundamentais que estão muito dependentes da implementação de estratégias públicas de saúde, em particular as que permitiriam “cuidar devidamente do talento humano que ainda existe dentro do SNS e com isso dar uma equipa de saúde familiar e um médico de família a todos os portugueses, algo que se tem tornado numa miragem para sucessivos governos e que nenhum conseguiu concretizar, até agora”.
Ainda na perspetiva de Miguel Azevedo, vivem-se tempos muito difíceis e desanimadores no SNS e, em particular, nos CSP, com muitos colegas a abandonarem inclusive unidades de saúde familiar em modelo B: “as condições de trabalho são em determinados casos tão dramáticas que não conseguimos reter as pessoas no modelo B. Imagine-se aqueles que queremos, à viva força, colocar em unidades de saúde fora deste modelo, em Lisboa e Vale do Tejo e noutros locais depauperados de recursos humanos!”. Por todas estas razões, as estratégias de fixação/retenção de profissionais em áreas carenciadas e a redefinição de mecanismos de incentivos por desempenho e de flexibilização laboral deverão estar na ordem de trabalhos, durante o debate do próximo dia 12. “Contamos, como é natural, que sejam ainda analisadas questões como a ambulatorização de cuidados, medidas de desburocratização que possibilitem aproximar o utente dos cuidados de saúde, o que estamos disponíveis para fazer mais em termos de literacia em saúde, ou o papel do SNS24 na gestão da doença aguda”, exemplifica Miguel Azevedo.