A Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, a Sociedade Portuguesa de Diabetologia, o Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e o Grupo de Estudos em Diabetologia da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar assumiram uma «Posição conjunta sobre a limitação da comparticipação dos medicamentos para o tratamento da diabetes – agonistas do recetor do GLP-1».
Os autores do documento recordam que “recentemente as Autoridades de Saúde implementaram uma limitação administrativa, prevista desde 2014, indicando a comparticipação dos agonistas do recetor do GLP-1 apenas para pessoas com diabetes tipo 2 e índice de massa corporal acima de 35 Kg/m2”. Em resultado de tal decisão, estas organizações acreditam que “a exclusão da comparticipação das pessoas com diabetes e índice de massa corporal menor que 35 Kg/m2 terá consequências imediatas com implicações nefastas na saúde dos doentes”. Acrescenta-se nesta posição conjunta ainda que “o elevado custo do medicamento sem comparticipação levará a que a maioria dos doentes não o possa continuar”, que “a descontinuação do tratamento em doentes que estão estáveis com estes medicamentos poderá levar a descompensações evitáveis e eticamente questionáveis (…)” e que “um número substancial de pessoas com diabetes ficará privada dos efeitos benéficos destes medicamentos, não só sobre o controlo glicémico, mas também sobre o peso e risco cardiovascular, apenas por não se enquadrarem numa obesidade com índice de massa corporal superior a 35 Kg/m2”.
Em conclusão, “as sociedades científicas que subscrevem este comunicado apelam ao governo que reconsidere a implementação da limitação da comparticipação dos agonistas do recetor do GLP-1 apenas a pessoas com índice de massa corporal superior a 35 Kg/m2 e alargue o acesso a todos os doentes com diabetes tipo 2 que deles beneficiem, pela sua eficácia no tratamento, pela melhoria do peso e pela redução dos eventos cardiovasculares”.