O início do 40º Encontro Nacional de MGF, evento que marca os 40 anos de existência da APMGF e que decorre em Vilamoura até ao dia 1 de abril, com mais de mil participantes inscritos, teve um primeiro dia intenso, com 17 workshops a decorrerem de manhã até ao final da tarde, envolvendo mais de 300 colegas. A maioria destas oficinas foram desenvolvidas pelos grupos de estudos da APMGF, mas também houve lugar a ações de formação criadas por entidades parceiras, como aconteceu com o workshop realizado pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias, que contribuiu para disseminar o conceito de que a terapêutica para a enxaqueca necessita de ser personalizada e adaptada ao utente, com vista a obter a melhor eficácia.
Formadores e formandos demonstram grande agrado pela forma como decorreram estas sessões de formação, que primaram pela interatividade, riqueza de conteúdos práticos e informalidade. Amália Pacheco, ginecologista do Hospital de Faro e membro da Sociedade Portuguesa da Contraceção (SPDC), foi uma das formadoras do workshop «Formação em Contraceção Intrauterina e Controlo da Dor» e garante que “a ação correu correu muito bem e foi muito útil. A maioria dos médicos era muito jovem e demonstrou grande interesse por saber como colocar os métodos de contraceção de longa duração, mas fiquei um pouco desiludida quando perguntei se os seus colegas mais velhos ou orientadores colocam estes dispositivos e me foi transmitido por muitos que não. Até por este facto, ações de formação como esta são essenciais para despertar neles a consciência de quão relevantes são os métodos contracetivos de longa duração”.
Invulgar e interessante foi o workshop «Gestão LEAN de uma USF: Uma chave para o desempenho, bem-estar no trabalho e prevenção quinquenária», focado no aproveitamento da filosofia Lean (uma filosofia de gestão com origem japonesa que visa reduzir atividades desnecessárias e que pode ser adaptada ao universo dos CSP e das USF), organizado pelo Grupo de Estudos de Gestão em Saúde (GEST) da APMGF. Um dos seus dinamizadores e membro do GEST, José Pedro Antunes, afirma que “a metodologia Lean pode ser uma mais valia para as nossas unidades. Apresentámos neste workshop problemas práticos do dia-a-dia, com os quais os médicos estão habituados a lidar e a partir daí desenvolvemos brainstormings que nos ajudaram a projetar soluções, baseadas quer na ciência, quer na prática dos colegas”.
Ricardo Costa, médico na USF São João Evangelista dos Lóios, foi um dos participantes nos workshops da jornada inaugural do Encontro Nacional, tendo integrado três oficinas. A que destaca como mais pertinente para o seu percurso profissional foi a relacionada com a construção de um trabalho de investigação. “Aprendemos a estruturar uma questão de investigação, a definir objetivos e metodologias. Todas estas dimensões são relevantes para mim pessoalmente, porque pretendo desenvolver um trabalho de investigação e até agora não tive experiência nesta área. A presença nesta ação também foi vantajosa pelo facto de conhecer pessoas de referência que estão no Grupo de Estudos de Investigação da APMGF”, atesta Ricardo Costa.