Nuno Jacinto, presidente da APMGF, prestou declarações à Agência Lusa (declarações essas posteriormente com eco em vários meios de comunicação social, como Diário de Notícias, TVI/CNN Portugal ou SIC) nas quais explica que muitos médicos de família olham hoje “para o SNS com alguma tristeza e desencanto”, sentimentos motivados em grande medida pela circunstância de os mesmos considerarem que “o seu trabalho não tem a valorização e o respeito que deveria ter”.
O dirigente associativo garantiu, em complemento, que a baixa atratividade do SNS para os jovens especialistas em MGF se deve de certa forma à “falta de uma aposta nos cuidados primários, desde logo, na grelha salarial”, bem como a um modelo de “contratação muito rígido baseado nas 40 horas, que não permite flexibilidade aos médicos que existe, por exemplo, no setor privado”.
Já à RTP e no âmbito do comentário sobre a notícia de que o número de utentes sem médico de família aumentou 29% num único ano, Nuno Jacinto reforçou que “enquanto não voltarmos a tornar o SNS atrativo, vamos ter um saldo negativo” e que Portugal apenas consegue “captar cerca de dois terços dos especialistas em MGF que forma, sendo que esse número também tem vindo a decrescer”.
Nas vésperas do Dia Mundial do Médico de Família foi também publicada uma entrevista de Nuno Jacinto aos órgãos do Grupo Cofina (Sábado/Jornal de Negócios), no âmbito do projeto Portugal Health Summit, na qual o presidente da APMGF lamenta a incapacidade da tutela em reter os MF no Serviço Nacional de Saúde.