Explorar pontes para um futuro positivo da MGF no Alto Minho… e não só

O conferencista de encerramento do 23º Encontro de MGF do Alto Minho vai ser João Braga Simões – médico de família na Unidade de Saúde Familiar (USF) Terra da Nóbrega (ULSAM), vereador da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, assistente convidado da Escola de Medicina da Universidade do Minho e coordenador dos Laboratórios de Aptidões Clínicas – o qual escolheu como título para a sua comunicação o mote «Pontes para o Futuro da MGF».

“Quando falamos de futuro, falamos de incerteza e de desafios. Nesta sessão tentarei abordar alguns dos desafios mais importantes para o futuro da MGF em Portugal, mas em particular para o território em que se insere este congresso, e lançar algumas pontes para os possíveis caminhos. Em territórios como o do Alto Minho há, desde logo, duas pontes importantes a lançar, a ponte rural=urbano e a ponte Minho=Galiza. A ponte rural=urbano é uma característica sóciodemográfica deste território, que vai desde Melgaço a Darque e desde Moledo a Cuide de Vila Verde. Numa ULS que tem de conjugar e encontrar respostas para uma população urbana, tanto como para um território de montanha e isolado. Do mesmo modo, um dos lados deste retângulo que é o Alto Minho cruza com Espanha numa fronteira administrativa cada vez mais porosa, permitindo uma série de interações que importa explorar”, explica João Braga Simões.

O médico da USF Terra da Nóbrega garante ainda que “há, em simultâneo, uma ponte geracional a percorrer. Entre aquela geração que iniciou funções nos inícios do SNS, acompanhou e fez muita da evolução da especialidade ao longo destes 40 anos e a geração pós-COVID, cuja entrada coincide com este enorme marco pandémico. Existe aqui uma necessidade de renovação mas também de passagem de testemunho que importa assegurar”.

Por fim, há que considerar a “ponte da Produção de Conhecimento=Aplicação Prática, numa relação antiga na Medicina, constantemente desafiada pelas várias gerações. Cada vez mais, a aplicação prática tem de acompanhar a produção de conhecimento, chão que foi inesperadamente abalado pela inteligência artificial e com a qual ainda estamos a tentar aprender a lidar. Todas estas pontes exigem de nós reflexão e uma dose de criatividade importante para as atravessar”.

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