No 21º Encontro Nacional de Internos e Jovens MF vai poder participar na sessão «Medicina de Catástrofe», preparada pela APMGF em parceria com a Comissão de Internos de MGF do Alentejo (CIMGFA). Esta mesa-redonda realiza-se a 21 de setembro e segundo os representantes da CIMGFA Diogo Grenho Pereira, Sara Gomes, Antónia Palhares Lima e Filipa Diaz Ferreira, foi desenhada com o intuito de “não somente motivar uma revisão sobre os princípios básicos da Medicina de Catástrofe, mas acima de tudo de refletir sobre quais as competências específicas desta área que podem ser úteis no dia-a-dia de qualquer médico de MGF, especialmente em contexto de cuidados de saúde primários, em situações que, apesar de provavelmente raras, são possíveis de acontecer”.
Ainda de acordo com os membros da Comissão, “para quem tenha interesse especial nesta área começam a surgir alguns exemplos de formações pós-graduadas e cursos específicos no âmbito da Medicina de Emergência e de Catástrofe, que permitem uma capacitação técnico-científica para dar uma resposta específica neste campo. Além disso, a experiência clínica em cuidados pré-hospitalares, ou em equipas de resposta em emergência permitirão adquirir um know-how sem dúvida valioso em situações de catástrofe. No entanto, qualquer profissional, mesmo sem formação específica, poderá ser chamado, inesperadamente, a tomar parte num cenário de catástrofe – como exemplo temos ainda bem presente o período da pandemia COVID-19, em que os médicos de MGF tiveram um papel que todos reconhecemos como fundamental na gestão da resposta a este contexto absolutamente excecional”.
A CIMGFA não tem dúvidas de que o treino neste domínio de competências em Portugal é, de um modo geral, ainda ignorado ao nível da formação médica pré e pós-graduada, no entanto acredita também que se trata de um contexto já em plena mutação: “pelas características particulares desta área e pelo facto de ser uma realidade não muito próxima, o treino na área de Medicina de Catástrofe pode ser um pouco reduzido quando comparado com outras áreas mais «clássicas». Contudo, verifica-se que a nível de formação pré-graduada já existem faculdades no nosso país que apresentam na sua oferta formativa unidades curriculares que abordam os princípios básicos da Medicina de Catástrofe, tanto em disciplinas obrigatórias como opcionais. Na formação pós-graduada, por sua vez, vão surgindo progressivamente formações/cursos que permitem alguma oferta formativa neste âmbito, mas em número algo reduzido, especialmente quando falamos de uma formação virada concretamente para os cuidados de saúde primários e para a abordagem neste contexto”.