Após a realização de uma reunião de emergência entre representantes da Ordem dos Médicos (OM) e o ministro da Saúde, esta quarta-feira (4 de outubro), na sede do Ministério da Saúde (MS), em Lisboa, parecem ter sido criadas condições para a reabertura de negociações sindicais relativas a matérias como a revisão da carreira médica e da grelha salarial, bem como a realização de horas extraordinárias por parte dos profissionais de saúde, problema que tem originado nas últimas semanas graves insuficiências de resposta em múltiplas unidades hospitalares do país.

Manuel Pizarro e a sua equipa terão demonstrado vontade de discutir de novo com os parceiros negociais questões como a revisão da carreira médica, a dotação do SNS dos mais adequados recursos médicos – através de um plano de captação e manutenção de médicos para o SNS –, a introdução de um pacote formativo para assegurar a qualidade da formação médica (nomeadamente reservando mais tempo de formação no horário dos profissionais) e, finalmente, o estabelecimento da opção de um horário médico base de 35 horas semanais, em equiparação com a realidade que envolve os demais profissionais de saúde.

“Há uma abertura demonstrada – embora o processo não esteja fechado – e uma postura diferente por parte do MS. Do ponto de vista da OM e nas questões que nos dizem respeito, vamos aproveitar essa abertura”, declarou Carlos Cortes, bastonário da OM, aos jornalistas após sair do encontro com Manuel Pizarro.

A OM vai agora transmitir as conclusões desta reunião e as propostas trabalhadas na mesma às organizações que integram o Fórum Médico, permitindo assim que cada entidade avance no seu campo de ação, com particular destaque para os sindicatos médicos, que após longos meses de diálogo tinham visto o MS encerrar a negociação sindical sem progressos consensualizados no contexto da reestruturação da carreira médica, da organização de horários e revisão da grelha salarial.