A Marinha Grande está a receber a primeira edição do Encontro de Grupos de Estudos da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), um evento com quase 200 inscritos e que se revela único no panorama da Medicina Geral e Familiar (MGF) portuguesa, por reunir num só local e curto período de tempo atividades desenvolvidas por doze grupos de estudos, isoladamente ou em parceria interdisciplinar.
“Neste momento temos 24 grupos de estudos em atividade na Associação, um número muito considerável. Todos nós somos médicos de família e por definição médicos de uma especialidade abrangente e generalista, mas é natural que tenhamos as nossas áreas de interesse, dedicando um particular espaço de tempo às mesmas. Daí terem surgido estes grupos de estudos, nas mais variadas temáticas – algumas delas clínicas, outras nem tanto – e por isso decidimos criar este encontro, que congrega vários saberes e permite a cada um de nós escolher um percurso formativo durante dois dias e meio”, sublinhou na abertura da iniciativa Nuno Jacinto, presidente da APMGF.
Segundo o dirigente associativo, o evento agora realizado “é uma aposta clara da atual Direção”, com condições para “crescer nos próximos anos” e que “servirá de teste para aquilo que serão os eventos dos grupos de estudos da APMGF no futuro, possibilitando também ajustar muita da sua produção a nível científico e rentabilizar o trabalho dos colegas envolvidos”.
Nuno Jacinto recordou que os médicos de família, tal como os cidadãos e utentes do SNS, vivem uma época de “grandes desafios, incertezas e dificuldades”, razão pela qual é duplamente importante em fase tão delicada “manter uma ligação forte à formação e conservar a oportunidade de trocar experiências, estar juntos e até interagir com outras especialidades”.
Mário Santos, da Comissão Científica e Organizadora deste 1º Encontro de Grupos de Estudos da APMGF, explica que a Associação “olha para a formação dos médicos de família como um aspeto central da sua atividade e reconhece a complexidade dos especialistas em MGF conciliarem hoje a sua formação com as exigências da prática clínica”, motivo pelo qual pensou neste modelo de partilha e aprendizagem.
Para Mário Santos, o Encontro de Grupos de Estudos foi gizado para ser “um encontro de vivências e saberes, num ambiente colaborativo, no qual as pessoas possam trocar conhecimentos e saírem com mais e melhor formação”. O representante da Comissão Científica e Organizadora aproveitou a ocasião para frisar que “todos os sócios da APMGF que estão no pleno uso dos seus direitos podem integrar ou iniciar um grupo de estudos. A criação de um novo grupo de estudos depende somente da iniciativa de um conjunto de associados com um interesse comum numa área de referência para a MGF”.