Nuno Jacinto recorda que é preciso dar alternativas válidas às pessoas para que não façam colapsar as urgências

Em entrevista concedida hoje (28 de dezembro) ao programa 360º, da RTP3, o presidente da APMGF comentou a complexa situação vivida nos serviços de urgência hospitalares devido ao súbito aumento de infeções respiratórias e sublinhou que não basta dizer à população para se manter afastada das urgências e usar a Linha Saúde 24. Nuno Jacinto explicou, inclusive, que em muitos locais é preciso reforçar de forma adequada e dar recursos adicionais aos cuidados de saúde primários (CSP): “as urgências são destinadas a casos urgentes e emergentes e é para isso que devem ser reservadas. Mas o sistema tem de ter outras vias de acesso (…) Não será por acaso que por estes dias estamos a falar de hospitais (como o Hospital de Santa Maria, o Hospital Beatriz Ângelo ou o Hospital Amadora/Sintra) em cujas áreas de influência existe uma grande carência de médicos de família. Assim, temos de garantir que todo o sistema funciona, porque se não dermos alternativa às pessoas, se não houver resposta da Linha Saúde 24 e dos centros de saúde, se os próprios hospitais não tiverem soluções específicas para os doentes crónicos, a única porta que deixamos aberta é a do serviço de urgência, não poderemos escapar a estes picos de afluência e seremos incapazes de responder em tempo útil sobretudo aos doentes mais graves, algo que nos deve preocupar a todos”.

Muitos dos utentes observados por estes dias nas urgências, classificados como verdes ou azuis e que limitam as capacidades dos serviços, apresentam sintomas facilmente atribuíveis a infeção pelo vírus influenza (particularmente do tipo A), facto que suscita na opinião pública questões sobre a verdadeira eficácia da campanha de vacinação contra a gripe. A este propósito, Nuno Jacinto reconheceu que é “sempre desejável que a adesão à vacinação seja maior” e que neste período pós-pandémico se pode ter registado um fenómeno de “alguma saturação face às vacinas”, com consequente quebra na taxa de vacinação contra a gripe, ainda que os números gerais de imunização em Portugal “sejam muito aceitáveis”. O dirigente associativo deixou bem evidente que é fundamental dar continuidade, ano após ano, à mensagem de que vacinar contra a gripe é um imperativo, em particular para os mais idosos e doentes com comorbilidades: “a vacina previne a infeção ou, nos casos em que esta ocorre, torna-a menos grave, o que é particularmente importante para os doentes crónicos ou com patologias de risco”.

 

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