Açores avançam com adaptação regional das USF modelo B

“Estão agendadas para breve reuniões com os sindicatos e em cima da mesa encontra-se uma reorganização do funcionamento dos cuidados prestados pela Medicina Geral e Familiar (MGF) na região, sendo um dos nossos propósitos procurar dar seguimento à adaptação do modelo das unidades de saúde familiar modelo B ao arquipélago”, garantiu a Secretária Regional da Saúde e Segurança Social dos Açores, Mónica Seidi, na abertura das 21ªs Jornadas de MGF dos Açores, promovidas pela Delegação Regional dos Açores da APMGF em São Miguel, entre os dias 6 e 8 de junho. No evento, que congrega 186 participantes no Auditório Ferreira da Silva, em Água de Pau (concelho de Lagoa), a governante acrescentou ainda que o executivo regional tudo está a fazer para introduzir, em concordância com as organizações que representam os profissionais, duas outras mudanças que muito podem contribuir para fixar médicos de família (MF) nos Açores, a saber: a adoção de unidades ponderadas e a redução/redimensionamento das listas de utentes dos médicos.

Aos meios de comunicação social, Mónica Seidi frisou que o governo regional reconhece existir margem para melhoria na cobertura dos cuidados de saúde primários no arquipélago, apesar de a percentagem de utentes cobertos pela Medicina Familiar estar acima dos 90% já hoje: “o nosso objetivo é que no próximo ano possamos atingir os 100% e garantir que todos os utentes da região – e não apenas de São Miguel – tenham um MF atribuído”. Para tal, a governante explica que as autoridades açorianas vão continuar a apostar em mecanismos de incentivos pecuniários “e não pecuniários que possam ajudar na logística de relocação, no apoio à família e nas viagens, de forma a que os médicos se possam fixar na região”.

Já Tatiana Nunes, membro da Comissão Científica das Jornadas, MF na Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel e delegada regional da APMGF nos Açores, quis deixar uma mensagem de confiança aos colegas presentes e enaltecer a importância da Medicina Geral e Familiar e do MF, numa época desafiante: “somos médicos, por vezes enfermeiro e psicólogo, assistente social também, outras vezes confidente, amigo (ou inimigo), curandeiro ou somente ouvinte. O MF é a pedra basilar do sistema. O que se conecta com a sociedade na sua essência. Se dermos todos as mãos, percebemos que somos uma rede, forte, fixa e robusta, a base do sistema, a base da pirâmide. Não podemos (nem devemos) deixar que uma das maiores conquistas dos tempos modernos seja quebrada por uma ou outra força superior. Temos de manter viva a necessidade da nossa existência, corrigir as falhas e, de vez em quando, renovar a pintura, com novas e frescas mentes (como os internos que se juntam a nós, ano após ano)”.

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