Uma definição da Disciplina de Medicina Geral e Familiar (Clínica Geral / Medicina Familiar) e do médico especialista correspondente deverá conduzir directamente às competências nucleares do Médico de Família. Por nucleares entende-se essenciais para a Disciplina, independentemente do sistema de saúde em que sejam aplicadas.
#1. As onze características centrais que definem a Disciplina relacionam-se com as onze capacidades que todos os especialistas em Medicina Geral e Familiar devem dominar. Aquelas podem ser agrupadas em seis competências nucleares (em relação às características):
1. Gestão de cuidados de saúde primários (a,b)
2. Cuidados centrados na pessoa (c,d,e)
3. Aptidões específicas de resolução de problemas (f,g)
4. Abordagem abrangente (h,i)
5. Orientação comunitária (j)
6. Modelação holística (k)
#2. Para exercer a especialidade, o clínico competente implementará essas competências em três áreas:
a. tarefas clínicas,
b. comunicação com os pacientes e
c. gestão da prática clínica.
#3. Enquanto Disciplina científica centrada na pessoa, três aspectos de fundo devem ser considerados como essenciais:
a. Aspectos do contexto: considerando o contexto pessoal, familiar, comunitário e cultural;
b. Aspectos da atitude: baseados nas capacidades, valores e ética profissionais do médico;
c. Aspectos científicos: adoptando uma abordagem crítica da prática clínica, baseada na investigação científica, bem como mantendo-a através da aprendizagem e da melhoria da qualidade contínua.
Esta inter-relação de competências nucleares, áreas de implementação e aspectos fundamentais, caracteriza a Disciplina e sublinha a complexidade da especialidade. É esta complexa inter-relação entre as competências nucleares que deverá orientar e ver-se reflectida no agendamento de prioridades para o ensino, investigação e melhoria de qualidade.