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“As oficinas são uma tradição e um marco formativo do GRESP”

Rui Costa sobre as 4as Jornadas do GRESP:

O Grupo de Doenças Respiratórias (GRESP) da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar vai realizar as suas 4as Jornadas nos dias 21 e 22 de abril de 2017, em Coimbra, sob o lema «CuidAR; CapacitAR; AcompanhAR». A organização conta com mais de 500 participantes. Na entrevista que se segue o coordenador do GRESP, Rui Costa, considera que a forte adesão dos profissionais a estas jornadas é um claro sinal “do interesse, valor e relevância das mesmas”. O dirigente reforça ainda o papel central das oficinas – interativas e práticas – no programa do evento

Que inovações, ao nível das temáticas e das metodologias de formação, pretendem introduzir nestas 4as Jornadas do GRESP?

Rui Costa – Nas 4as Jornadas do GRESP como inovação iremos ter novas oficinas práticas e interativas, tais como a de reabilitação respiratória em cuidados de saúde primários (CSP), a de imagiologia respiratória e o curso intensivo de cuidados respiratórios em enfermagem, com a duração de um dia e dirigido a enfermeiros. No entanto, iremos manter as clássicas e consagradas oficinas sobre espirometria, inaladores, cuidados respiratórios domiciliários e outra sobre rinossinusite. Durante estas jornadas irão ser abordadas temáticas úteis, pertinentes e interessantes para a prática clínica diária da MGF, tais como a alergia respiratória na consulta de MGF, a sobreposição Asma/DPOC, o estado da arte na desabituação tabágica, a patologia respiratória e a doença profissional, o cancro do pulmão e a doença intersticial do pulmão.

O evento vai já na sua quarta edição e tem crescido de forma sustentada. Quais são as vossas expectativas em relação ao número de participantes este ano e à recetividade face aos assuntos que serão abordados?

Este ano esperamos ter mais de 500 participantes nas jornadas, o que é tradutor do interesse, valor e relevância das mesmas para a formação contínua na área das doenças respiratórias. Claro que este reconhecimento gera uma grande responsabilidade e um enorme desafio na preparação e organização das jornadas, de forma a serem apelativas e os temas relevantes e vocacionados para a prática clínica diária. Contamos que os temas escolhidos e os palestrantes selecionados colham uma elevada recetividade e estejam concordantes e satisfaçam as necessidades formativas e as expectativas de todos os participantes.

As oficinas continuarão a ser uma parte nuclear das jornadas?

Seguramente. As oficinas são uma tradição e um marco formativo do GRESP. Para além da relevância dos temas escolhidos, são realizadas e vocacionadas para a prática clínica diária. O reconhecimento, a sua valorização e a elevada procura por estas oficinas deve-se ao facto de terem um carácter eminentemente prático e útil, serem interativas e os conteúdos preparados e ajustados à realidade das necessidades formativas do médico de família.

O programa inclui um curso intensivo de cuidados respiratórios em enfermagem. Trata-se de mais uma ação que contribui para alargar a abrangência destas jornadas a outros grupos profissionais para além dos médicos?

Este curso, realizado em parceria com enfermeiros, visa capacitar os enfermeiros que atuam no âmbito dos CSP a darem um apoio importante na gestão das doenças respiratórias. Entendo que é fundamental os profissionais, tais como enfermeiros e médicos de família, elementos essenciais da equipa de saúde de CSP, trabalharem em estreita colaboração e articulação profissional e promoverem de uma forma holística a melhor prestação de cuidados de saúde aos doentes com doenças respiratórias crónicas. Estes profissionais de saúde devem estar capacitados com as competências necessárias para melhorar a gestão e prestação de cuidados de saúde aos doentes com doenças respiratórias, ao longo do tempo e de acordo com as suas necessidades. Neste sentido, é vital envolver e capacitar os enfermeiros de família, à semelhança do que se passa por exemplo com outras áreas, como a hipertensão arterial e diabetes, para darem apoio e acompanhamento diferenciado e personalizado aos doentes com doenças respiratórias e respetivas famílias. Os enfermeiros de família podem ter um papel importante na educação acerca da doença, na utilização de escalas de avaliação sintomática, no ensino e regular monitorização da técnica inalatória, na reabilitação respiratória de ambulatório e no suporte e apoio do doente, cuidador e família, ao nível da gestão da doença respiratória crónica.

Entre as mesas programadas destaca-se uma, intitulada “Estado da arte na asma e DPOC: 1 ano depois”, com a participação de dirigentes do GRESP, APMGF, SPP e SPAIC. Que conclusões podem nascer deste interessante debate inter-especialidades?

Nesta sessão institucional inter-especialidades esperamos obter os mais relevantes conhecimentos gerados no último ano acerca destas duas importantes doenças respiratórias crónicas. Uma correta caracterização dos doentes e o estabelecimento de um tratamento adequado, assente nos fármacos e no dispositivo inalatório, são a chave do sucesso. A adequada articulação de cuidados (com a identificação de grupos específicos de doentes que beneficiam de um cada vez mais personalizado tratamento da asma e da DPOC), é a tendência no futuro. A partilha de conhecimento, de experiências e uma adequada articulação inter-especialidades entre diversos níveis de prestação de cuidados respiratórios é essencial para a otimização dos recursos, a prestação de cuidados de elevada qualidade e a obtenção dos melhores ganhos em saúde e melhoria da qualidade de vida para os doentes respiratórios.

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