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Retinopatia foi tema chave numa efeméride assinalada em grande nos CSP

Dia Mundial da Diabetes celebrou-se a 14 de novembro

Celebrou-se em 14 de novembro o Dia Mundial da Diabetes, este ano dedicado em grande medida ao tema da sensibilização para o rastreio da retinopatia diabética.

Estima-se que em todo o globo existam aproximadamente 420 milhões de doentes diabéticos e em Portugal a prevalência estimada da diabetes é de 13,1% entre as pessoas com idade compreendida entre os 20 e os 79 anos («Factos e Números da Diabetes – 2015»), percentagem a que acrescem ainda os indivíduos com pré-diabetes. A International Diabetes Federation calcula que um em cada dois diabéticos adultos desconheça que possui a doença.

A jornada de sensibilização ficou marcada um pouco por todo o país com centenas de iniciativas realizadas em unidades dos cuidados de saúde primários, a maior parte delas centrada na partilha de informação sobre a doença, os seus sintomas e sobre a promoção de estilos de vida saudáveis. Foram igualmente em número significativo as ações de rastreio da retinopatia, uma das mais graves consequências da diabetes e que é ainda desconhecida por uma larga fatia da população nacional.

De referir que o primeiro estudo epidemiológico no país sobre a retinopatia diabética, realizado por especialistas da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), examinou recentemente mais de 52 mil pessoas com diabetes e concluiu que 16,3% sofrem da doença que é a principal causa de cegueira (evitável) na população ativa. O RETINODIAB foi implementado entre julho de 2009 e dezembro de 2014, em pessoas com diabetes tipo II, após 5 anos de seguimento e compreende a área geográfica de Lisboa e Vale do Tejo, onde a APDP realiza rastreios anuais.

De acordo com José Manuel Boavida, presidente da Fundação Ernesto Roma, a diabetes necessita de ser combatida não só com os indispensáveis meios clínicos à disposição da sociedade, mas também com muita comunicação, abertura e diálogo: “a diabetes é para além de uma doença silenciosa, uma doença «silenciada». Isto porque são os doentes que controlam a doença no dia a dia e habituam-se a empurrar as dificuldades para dentro, já que a patologia ainda é alvo de estigma. Estas pessoas vivem assim com uma angústia no interior e é fundamental que todos nós comecemos a valorizar o auto-controlo fantástico que os diabéticos conseguem realizar, de forma a levarem por diante a sua rotina. Por outro lado, é preciso lembrar que em alguns países existem muitos grupos de suporte para os diabéticos, que os ajudam a lidar com tamanha pressão, algo que não acontece em Portugal”.

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