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Tabagismo continua a exigir estratégias de fundo e intersetoriais

Dia Mundial sem Tabaco 2018

No Dia Mundial sem Tabaco 2018 (celebrado a 31 de maio), constata-se com facilidade que o tabaco continua a ser um problema de saúde pública em Portugal. Assim, entre nós e segundo estimativas do Institute of Health Metrics and Evaluation divulgadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o tabaco foi responsável diretamente em 2016 pela morte de mais de 2.100 pessoas por doenças cerebrocardiovasculares. O último relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo veio confirmar que os homens portugueses estão a fumar menos, em contra-ciclo com o grupo das mulheres, onde se tem assistido a um preocupante aumento do consumo.

Sabe-se ainda que o consumo de tabaco é responsável por 10,6% das mortes em Portugal, o que significa que o tabaco mata um português a cada 50 minutos. Observa-se, igualmente, que as mulheres estão a adoecer e a morrer mais por doenças associadas ao tabaco. O relatório das doenças oncológicas, publicado em 2017, destacou o “aumento de 15% da mortalidade no sexo feminino”, entre 2014 e 2015, por tumores malignos de traqueia, brônquios e pulmão. Já em 2014, de acordo com o último Inquérito Nacional de Saúde, uma em cada 10 mulheres com 15 ou mais anos fumava.

Para além do aumento no consumo de cigarros tradicionais por parte das mulheres portuguesas, verifica-se também uma subida na utilização dos cigarros vaporizados por parte das camadas mais jovens da população.

No SNS, contudo, muito tem sido feito para contrariar os malefícios do consumo de tabaco. Refira-se, por exemplo, que segundo dados oficiais da DGS as primeiras consultas de apoio intensivo à cessação tabágica aumentaram cerca de 70%, entre 2016 e 2017, passando de 7145 para 11.493. Os locais de consulta de apoio intensivo à cessação tabágica a nível dos agrupamentos de centros de saúde e unidades hospitalares também aumentaram, passando de 180, em 2016, para 218 em 2017.

Entretanto, a DGS quer combater a tendência de aumento do uso do tabaco pelas mulheres e lançou na véspera do Dia Mundial sem Tabaco, a curta-metragem de choque “Deixe de Fumar. Opte por Amar Mais”, parte integrante da Campanha Nacional de Luta contra o Tabagismo. O filme de 15 minutos é realizado por André Badalo e conta a história de uma mãe (protagonizada pela atriz Paula Neves) com cancro do pulmão em fase avançada, que se revolta contra o vício quando percebe que a filha poderá vir a seguir-lhe os passos.

Na sessão oficial de lançamento do filme a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas ressalvou o facto de este ser um campeonato em que tristemente as mulheres seguem à frente: “trata-se de uma ironia. Com tantas assimetrias de género que temos de resolver, as mulheres começarem a fumar”.

Nesta sessão foi também assinado um protocolo entre as direções-gerais da Saúde e da Educação, para o próximo ano letivo, de prevenção do tabagismo no meio escolar. De acordo com Fernando Araújo, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, em causa está a possibilidade de tornar “a questão do tabaco um conteúdo transversal, relevante, em termos de formação cívica”.

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