Para o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) as unidades dos cuidados de saúde primários (CSP) do SNS não podem ser deixadas sozinhas, no esforço de vacinação e de outras atividades relacionadas com a Covid-19, já que tal estratégia resultará na incapacidade de dar resposta cabal a todos os restantes problemas de saúde da população portuguesa. Em declarações à agência Lusa, Nuno Jacinto clarificou que este “é um desígnio nacional, uma tarefa prioritária nacional e, portanto, estar só e apenas entregue aos CSP e aos centros de saúde vai fazer com que se resolva um problema criando outro. Temos a vacinação a correr, mas não temos os centros de saúde a funcionar como todos gostaríamos”.
Ainda de acordo com este dirigente, a solução pode passar pela contratação de profissionais fora dos centros de saúde e “por uma maior articulação com os profissionais nos hospitais ou até de instituições privadas de saúde”. Para o presidente da APMGF, torna-se claro que os profissionais dos CSP muito dificilmente conseguirão recuperar o atraso assistencial se não forem adotadas medidas extraordinárias: “estamos ainda muito longe de conseguir fazer uma retoma total da nossa atividade porque continuamos deslocados para a vacinação e, nos locais onde vai havendo mais casos, quer positivos quer suspeitos, continuam a ser os colegas das unidades a fazerem vigilância através do Trace-Covid e dos contactos telefónicos de todos estes utentes”.
Nuno Jacinto explanou o contexto atual dos CSP em entrevista à RTP, que pode ver em baixo.