Lisboa, 15 de julho de 2022 – O número de vagas ocupadas pelos recém-especialistas em Medicina Geral e Familiar (MGF) tem decaído desde 2020, ano em que foram ocupadas 310 posições, total que baixou para 291 em 2021 e 272 este ano. Em 2022, assistimos ao concurso de 1ª época com maior taxa de não ocupação de vagas nos últimos quatro anos (37%), ainda que o número de vagas a concurso tenha sido inferior ao do ano passado.
A cada ano o número de médicos que sai do Serviço Nacional de Saúde e não volta é crescente. Estes números refletem a incapacidade de sucessivos governos em atrair e reter os médicos no SNS. Numa altura em tantos portugueses estão sem médico de família, o atual governo opta por seguir a mesma estratégia que tem conduzido a esta situação.
Para inverter o presente rumo urge valorizar e qualificar o SNS. Há que criar novas respostas que passam por estratégias de incentivos à fixação e permanência plurianual dos médicos em locais de maior carência. No entanto, é importante também realçar que é vital garantir as condições necessárias para que, nesses locais, o médico possa exercer em pleno a sua atividade e assuma a responsabilidade pela sua lista de utentes – e que esta seja adequada ao contexto da atividade.
É fundamental, ainda, que o mapa de vagas tenha em consideração os locais de saída de Internato, tendo em atenção a previsão de necessidades futuras nesses mesmos locais. Desde logo, devem permanecer abertos os concursos para cada uma das vagas imprescindíveis. A luta que travamos, na defesa da Medicina Geral e Familiar, é também uma luta pela qualidade dos cuidados de saúde primários e pelo acesso facilitado a estes por parte dos cidadãos.
A Direção Nacional da APMGF
Evolução de vagas em MGF (2019-2022)