Quase 80% dos portugueses com 85 ou mais anos já foram vacinados contra a gripe

Foi divulgada a terceira vaga de dados do projeto Vacinómetro – que monitoriza a vacinação contra a gripe sazonal em grupos prioritários durante a época gripal 2024/2025. Os resultados apurados na terceira vaga (com recolha de dados de campo entre 20 e 25 de novembro) demonstram que 79% das pessoas com 85 ou mais anos de idade já se vacinaram. Um total de 72,8% dos indivíduos com 65 ou mais anos de idade já recebeu a vacina, o que significa que Portugal está, assim, quase a atingir a meta de 75% proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para esta faixa etária. No sub-grupo dos 60 a 64 anos o Vacinómetro aponta para uma taxa de cobertura vacinal de 41% e nas pessoas portadoras de doença crónica a percentagem de vacinados apurada é de 71,3%.

De acordo com uma sub-análise realizada, 73,4% dos diabéticos, 72,2% das pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e 72,1% dos doentes com patologia cardiovascular já foram imunizados. Realce ainda para o facto de 45,2% dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes já terem sido vacinados contra o vírus da gripe e 64,4% das grávidas afirmarem já estar vacinadas nesta fase.

De referir que no grupo de indivíduos já vacinados os principais motivos alegados para concretizar a imunização são a recomendação do médico (46,9%), a vontade individual de o fazer porque procura estar sempre protegido (21,9%), a imunização no contexto de uma iniciativa laboral (20,2%), porque sabe que faz parte dos grupos de risco (5,9%) ou devido a receção de notificação de agendamento pelo SNS (4,5%).

Para Filipe Froes, pneumologista no Hospital Pulido Valente – CHULN, “comparando estes dados com os resultados da 3.ª vaga do ano passado, que aconteceu mais tarde, podemos verificar que o ritmo de vacinação está neste momento mais acelerado, pelo que é ainda mais importante destacar o facto de estarmos novamente muito perto de atingir a meta de 75% proposta pela Organização Mundial da Saúde para pessoas com mais de 65 anos de idade!”.

Segundo o pneumologista, “importa também referir a adesão massiva à vacinação por parte do grupo específico de pessoas com 85 ou mais anos de idade, que está pela primeira vez a receber de forma gratuita a vacina de dose elevada. A vacinação contra a gripe e mesmo contra a COVID-19 confirmaram mais uma vez o excelente registo de segurança”.

O Vacinómetro mostra, contudo, que 50,9% na amostra total estudada não sabe que está disponível gratuitamente uma vacina de dose elevada para a população de 85 ou mais anos e 75% dos inquiridos com mais de 85 anos referiu ter sido informado pelo profissional de saúde, aquando da administração da vacina, que estaria a receber uma dose elevada.

Relativamente à coadministração da vacina da gripe/COVID, e tendo por referência os dados da vaga anterior, a taxa de coadministração junto dos grupos com recomendação subiu ligeiramente (passando de 76,6% para 77,3%), ainda que o principal motivo pela decisão de receber ambas as vacinas ao mesmo tempo se mantenha o mesmo (Quero estar protegido/Considero que ambas são importantes para a minha saúde). Em relação aos dados do ano anterior, a taxa de coadministração manteve-se praticamente inalterada (77,5% em 2023/24 e 77,3% em 2024/25).

Ainda em relação à coadministração, tendo por base os inquiridos que ainda não se vacinaram, mantém-se a tendência da vaga passada seguindo a qual a maioria dos participantes pretende vacinar-se recebendo as duas vacinas ao mesmo tempo, ainda que ligeiramente abaixo quer dos dados de 2023 (85,1% vs 50,4%), quer da vaga anterior (57,7% vs 50,4%).

O Vacinómetro é um projeto de monitorização da cobertura vacinal, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi Pasteur. Lançado no ano de 2009, o Vacinómetro permite monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela DGS. Nesta época estão envolvidos na amostra do estudo 4033 participantes, residentes em todo o território de Portugal Continental e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

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