Planeta e saúde dos seus habitantes estão interligados e é preciso agir para os proteger

A 31 de março, a partir das 10h00, o 40º Encontro Nacional de MGF oferecerá aos participantes a sessão «One Health – cuidar da saúde do planeta», dedicada aos efeitos climáticos na saúde das populações, à necessidade de redução da pegada carbónica na saúde e ao contributo dos profissionais de saúde para a construção de uma verdadeira cidadania e literacia ambiental. Nela participarão Luís Campos (presidente do Conselho Português para Saúde e Ambiente – CPSA – e comissário do Plano Nacional de Saúde 2021/2030), João Queiroz e Melo (pioneiro dos transplantes de coração em Portugal e vice-presidente do CPSA) e Inês Coelho (médica interna de MGF na USF Dafundo e autora de artigos de reflexão sobre estas matérias).

“A APMGF reconhece a emergência climática e propõe-se ter uma voz ativa para promover a descarbonização e a sustentabilidade ambiental. O médico de família deve ter um papel atuante na consciencialização das pessoas e da comunidade que serve, para mitigar o impacto das alterações climáticas na saúde humana. Para ser promotor de cidadania ambiental, é necessário uma nova cultura ambiental dos profissionais de saúde e dos serviços onde trabalhamos, com práticas e comportamentos sustentáveis para o ambiente”, garante Mário Santos, membro da Direção Nacional da APMGF e da Comissão Organizadora do evento. Ainda segundo Mário Santos, “com o agendamento deste tema pretende-se favorecer a sensibilização dos médicos de família para as consequências das alterações climáticas e fomentar o debate sobre a sua capacitação, como agentes educadores, no combate da degradação ambiental na saúde das populações”.

Por seu turno, João Queiroz e Melo está convicto de que os médicos têm uma responsabilidade especial na missão de reduzir a pegada carbónica do setor em que trabalham: “para sermos fiéis ao Juramento de Hipócrates, devemos reduzir a carga de doença que a nossa prática provoca. Devemos fazê-lo com «resiliência criativa», isto é, aproveitar a oportunidade deste desafio para melhorar… e bem que é possível. Não podemos continuar a fazer de conta!”. Na perspetiva de Inês Coelho, “o impacto das alterações climáticas na saúde é um facto inquestionável e urge trazermos este assunto para a ordem do dia no setor da saúde. Infelizmente, é um tema ainda pouco abordado, tanto a nível da formação pré como pós-graduada, o que pode contribuir para a falta de sensibilização dos profissionais para o assunto”. A médica interna da USF Dafundo considera, todavia, que em termos de medidas de mitigação e adaptação às alterações climáticas que influenciam a saúde populacional, “a Medicina Geral e Familiar encontra-se num lugar particularmente privilegiado para ter um papel ativo”.

 

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