Quase 75% dos portugueses com mais de 80 anos já estão protegidos contra a gripe

Já é conhecida a segunda vaga de dados do projeto Vacinómetro – que monitoriza a vacinação contra a gripe sazonal em grupos prioritários durante a época gripal 2025/2026. Os resultados agora apurados (com auscultação de campo realizada entre 19 e 25 de novembro) demonstram que já terão sido vacinados contra a gripe sazonal 74,9% dos indivíduos com mais de 80 anos de idade. Verifica-se, aliás, através desta recolha de dados um aumento expressivo das taxas de vacinação na maioria dos grupos, com particular destaque para aqueles abrangidos pela Norma da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A este propósito refira-se que entre os portadores de doença crónica a taxa de vacinação atinge os 70,7% dos inquiridos e 64,9% dos indivíduos com 65 ou mais anos de idade também afirmam já ter tomado a vacina. Quase metade (49,8%) das grávidas recebeu a vacina, sendo que 90,2% das vacinadas menciona que o fez por recomendação do médico. No sub-grupo dos portugueses com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos 42,4% vacinou-se, sendo que nesta amostra 53,6% das pessoas consultadas afirma ter avançado para a vacinação por iniciativa própria, porque procura sempre estar protegido. É importante ainda referir que 41,5% dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes declara ter-se protegido contra o vírus influenza.

De referir que no grupo de indivíduos já vacinados os principais motivos alegados para concretizar a imunização são a iniciativa própria – porque procuram estar sempre protegidos – (38,3%), a recomendação do médico (37,6%), a receção de notificação de agendamento pelo SNS (9,8%) e a imunização no contexto de uma iniciativa laboral (8,1%).

Em relação à vacina de dose elevada, que é administrada gratuitamente nas pessoas com 85 ou mais anos de idade, cerca de metade dos inquiridos (53,2%) refere não ter conhecimento sobre a existência de uma vacina de dose elevada a ser administrada à população acima dos 85 anos.

Na ótica de Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), “os dados desta segunda vaga do Vacinómetro confirmam uma tendência muito positiva e uma forte adesão à vacinação nos grupos que mais nos preocupam. Atingir uma cobertura de quase 75% na população com mais de 80 anos e superar os 70% nos doentes crónicos demonstra que a mensagem da prevenção está a ser bem recebida”.

De acordo com o presidente da APMGF, “é particularmente notável o crescimento na taxa de vacinação dos profissionais de saúde, que subiu de 32,8% na vaga anterior para 41,5% nesta análise. Este é um sinal de maior consciencialização por parte de quem está na linha da frente, o que é fundamental para a proteção dos doentes. Verificamos também, de forma consistente com os anos anteriores, que a recomendação médica é um pilar central, sendo o segundo principal motivo apontado para a vacinação (37,6%). Esta confiança, em particular no seu médico de família, é o alicerce do nosso trabalho de proximidade”.

Dos resultados desta segunda vaga importa ainda destacar que, do total de indivíduos vacinados pertencentes ao grupo dos doentes crónicos, 74,3% das pessoas com doença respiratória já se vacinou, sendo que 33,3% o terão feito por recomendação do médico. Um total de 70,9% da população com doença cardiovascular já terá sido vacinada, e dos não vacinados 40,2% tenciona ainda vacinar-se. Entre as pessoas com diabetes, 70,9% já terão sido vacinadas e das não vacinadas 41,7% tencionam vacinar-se até ao final da época.

O Vacinómetro é um projeto de monitorização da cobertura vacinal, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi Pasteur. Lançado no ano de 2009, o Vacinómetro permite monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela DGS. Nesta época estão envolvidos na amostra do estudo 4174 participantes, residentes em todo o território de Portugal Continental e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

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