Gerais

MS encerra negociações sobre revisão do regime do internato médico

Sob fortes críticas dos sindicatos:

O Ministério da Saúde (MS) comunicou na última reunião que manteve com os sindicatos médicos a propósito da revisão do regime do internato médico (IM), no passado dia 21 de janeiro, que dava por encerradas as negociações e que estaria para breve a publicação de novo diploma, aparentemente sem a inclusão da generalidade das contra-propostas feitas pelas estruturas sindicais.

Em comunicado oficial entretanto divulgado e intitulado “Para o Governo negociar é impor”, a Comissão Executiva da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) censura ferozmente todo o processo negocial e considera as mudanças a implementar com o novo regime “inaceitáveis retrocessos à inegável qualidade da formação médica no nosso País”.

No seu repúdio, a FNAM destaca sobretudo o fim do ano comum do IM, “substituído por um hipotético ano profissionalizante da responsabilidade das Faculdades de Medicina”, a ausência de “garantia de especialização para todos os recém-licenciados”, a possibilidade de existência de “internatos em instituições privadas e do sector social sem que haja qualquer garantia de hierarquia técnico-científica”, a falta de “valorização ou compensação para os Orientadores de Formação” e, “«cereja no topo do bolo», a imposição de 18 horas semanais de Serviço de Urgência, integradas no horário normal de 40 horas”.

De acordo com os dirigentes da FNAM, os sindicatos que negociaram com a tutela apresentaram contra-argumentos “mais do que fundamentados” para rebater as alterações atrás descritas e desejadas pelo Governo, “mas o Ministério, escudando-se em que já havia consensualizado o documento com outra estrutura, recusou liminarmente incorporá-los na redação final”.

Apesar de o MS ter já anunciado a intenção de avançar para a preparação final do diploma, sem outras transformações de monta, a FNAM garante que este assunto está longe de ficar encerrado e anuncia que “não deixará de combater com todas as armas ao seu dispor mais esta arremetida contra a qualidade dos serviços e dignificação da profissão médica”, pondo-se “à disposição dos jovens médicos para os apoiar nas formas de luta que venham a entender encetar”.

Leia Também

34ªs Jornadas de Évora reforçam dinamismo da formação em MGF no Alentejo apesar de tempos desafiantes

Marta Fonseca conclui doutoramento com trabalho sobre as vantagens de mapas conceptuais na educação médica

Preparados para o fim do binarismo?

Recentes