MGF açoriana é reconhecida na sua relevância e impacto mas corre o risco de ser desviada dos seus princípios basilares

No fecho das 22ªs Jornadas de Medicina Geral e Familiar (MGF) dos Açores, organizadas pela Delegação Regional dos Açores da APMGF entre os dias 7 e 9 de maio em Angra do Heroísmo, a delegada distrital da APMGF nos Açores, Tatiana Nunes, alertou para algumas nuvens que pairam sobre os MF açorianos, cada vez mais sobrecarregados com tarefas, algumas delas que não serão as mais naturais para o seu perfil clínico: “nós, MF, somos da comunidade, estamos na comunidade, prestamos apoio multivariado à comunidade – somos a primeira linha da saúde! Somos, cada vez mais, a medicina diagnóstica e terapêutica e não a preventiva como deveríamos ser, por definição. Consequentemente, acumulamos mais funções e risco diariamente. Por isso, necessitamos, ainda mais, de repouso, de repor energias”. A responsável regional sugeriu, também, que todos os colegas se mantenham resilientes mas que, em simultâneo, façam uma introspeção e procurem através da mesma alcançar um equilíbrio benéfico para eles e para aqueles de quem cuidam: “a resiliência não se mede só na capacidade para com o trabalho, mas também na capacidade que cada um de nós tem de se ler a si próprio, fechar tudo e decidir ir embora, mesmo que ainda haja tarefas por terminar. Devemos manter uma sanidade mental conservada. Com esta composta, a capacidade física mantém-se plena e, assim, a nossa disponibilidade e dedicação para o trabalho também”.

Já Mónica Seidi, secretária regional da Saúde e Segurança Social dos Açores, reiterou que “o governo regional mantém o seu compromisso com os médicos de Medicina Geral e Familiar. Todos sabemos que constituem a primeira linha da Medicina e embora este seja um chavão bonito, é de facto difícil de por em prática, sendo certo que o caminho faz-se diariamente”. A governante ressalvou ainda que o executivo regional tem dados passos para valorizar a MGF nos Açores e que a tutela está a analisar nesta fase um documento desenvolvido pelos MF da região “relacionado com a reorganização do trabalho no âmbito dos CSP”, que deverá ser alvo de profunda análise, debate e consensualização com as estruturas sindicais.

Prémios

Comunicação Oral – Investigação

Menção Honrosa

Medicação potencialmente inapropriada em indivíduos residentes em estrutura residencial para pessoas idosas

Mara Arruda1, Daniela Ávila Valadão1, Irina Rodrigues1

1 Unidade de Saúde da Ilha Terceira

Prémio

Prevalência de obesidade infantil numa ilha dos Açores – Projeto de investigação

Mariana F. Miranda dos Santos1, Daniela Ávila Valadão1, Gonçalo Fonte1, Carlos Pestana1, Inês Bernardo Nunes1, Isabel V. Silva1, Tetiana Yahello1, Oleksandr Yahello1

1 Unidade de Saúde da Ilha Terceira

Comunicação Oral – Relato de Caso

Menção Honrosa

Uma simples manobra, um grande impacto: o papel do MF na vertigem

Ana Rita Santos Mendes1, Mariana R. Ferreira1, Felipe Ventura1, Lília Almeida1, Helena Sousa2

1 Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel – Centro de Saúde da Ribeira Grande

2 Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel – Centro de Saúde da Lagoa

Comunicação Oral – Revisão de Tema

Menção Honrosa

Utilização de melatonina na insónia em idade pediátrica – Uma revisão baseada na evidência

Miguel Batista Rato1, Irina Pires1, Sara Barbosa1, Sara Goulart1, Sara Veiga dos Santos1

1 USISM

Prémio

Disfunção cognitiva e demência – Será culpa da estatina?

Inês Vicente Osório1, Joana Andrade Glória1, Cláudia Álvares1, Francisca Maniés Silva1, Pedro Damásio Freitas2

1 USF Moliceiro

2 USF Moinhos de Mira

Posters – Relato de Caso

Menção Honrosa

Caso clínico: discinesia paroxística no bebé? Desmistificando o diagnóstico diferencial

Kathleen Alberto1, Nidia Neves1, Filipa Valentim1

1 USI Faial

Prémio

A utilidade da ecografia point of care no diagnóstico antecipado de patologia grave: o caso de uma hidronefrose crónica

Miguel Cachinho Henriques1

1 USF Conde da Lousã – ULS Amadora Sintra

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