APMGF defende no parlamento que médico assistente jamais pode ser sinónimo de médico de família

Uma delegação da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) – constituída pelo presidente Nuno Jacinto e vice-presidente António Luz Pereira – esteve hoje na Assembleia da República (AR), após requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda, para ser ouvida e prestar esclarecimentos no Grupo de Trabalho de Acompanhamento da Execução do Plano de Emergência Médica da Comissão de Saúde.

No encontro com os deputados, os representantes da APMGF tiveram a oportunidade de salientar “a importância de sermos ouvidos nestas matérias e de não o termos sido aquando da elaboração do plano”, refere Nuno Jacinto. O presidente da APMGF acrescenta ainda que a delegação insistiu na “necessidade de serem implementadas medidas para captar e fixar médicos de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente ao nível da remuneração base, carreira, autonomia das equipas, flexibilidade de horários, sistemas de informação, recursos humanos em número adequado, instalações e equipamentos, entre outras” e que foi reforçada junto dos representantes do povo português eleitos para a AR “a preocupação com a utilização da expressão «médico assistente». Reiterámos que o especialista em Medicina Geral e Familiar (MGF) é insubstituível e que deve ser esse o nosso objetivo: proporcionar que todos sejam acompanhados por um verdadeiro médico de família”.

Os dirigentes da Associação aproveitaram, também, a ocasião para abordar junto dos deputados as problemáticas essenciais vinculadas aos atuais concursos de colocação de especialistas em MGF (em particular a demora em torno da sua conclusão e a assimetria detetada ao longo do território), a incerteza que marca as atualizações das listas de utentes (com critérios desconhecidos, erráticos ou sem padrão identificável) e a resposta à doença aguda oferecida no país, dentro e fora dos hospitais, tendo Nuno Jacinto e António Luz Pereira relembrado que a maioria destas situações é hoje vista nos cuidados de saúde primários (CSP), ao contrário do que poderão pensar muitos portugueses, contaminados por uma discussão pública desenvolvida em moldes hospitalocêntricos.

 

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