Foi divulgada a segunda vaga de dados do projeto Vacinómetro – que monitoriza a vacinação contra a gripe sazonal em grupos prioritários durante a época gripal 2024/2025. Os resultados apurados na segunda vaga (com recolha de dados de campo entre 23 de outubro e 28 de outubro) demonstram que 59,6% das pessoas com 85 ou mais anos de idade já se vacinaram. Um total de 53,6%% dos indivíduos com 65 ou mais anos de idade já recebeu a vacina e no sub-grupo dos 60 a 64 anos o Vacinómetro aponta para uma taxa de cobertura vacinal de 21,6%. Nas pessoas portadoras de doença crónica a percentagem de vacinados apurada é de 53,7% e de acordo com uma sub-análise realizada, 49,3% dos diabéticos, 42,1% das pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e 55,7% dos doentes com patologia cardiovascular já foram imunizados. Realce ainda para o facto de 40,1% dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes já terem sido vacinados contra o vírus da gripe e 57% das grávidas afirmarem já estar vacinadas nesta fase.
De referir que no grupo de indivíduos já vacinados os principais motivos alegados para concretizar a imunização são a recomendação do médico (33,9%), a vontade individual de o fazer porque procura estar sempre protegido (33,5%), a imunização no contexto de uma iniciativa laboral (17%), a receção de notificação de agendamento pelo SNS (8%) ou porque sabe que faz parte dos grupos de risco (7%).
Segundo Nuno Jacinto, Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), “estes resultados são assinaláveis. Da amostra total inquirida verificámos um aumento em relação ao ano anterior (34,1% vs 32,3%), o que é ainda mais significativo se considerarmos que na época passada estes dados foram recolhidos já em novembro, o que se traduz num aumento do ritmo de vacinação. E se analisarmos em detalhe os grupos com recomendação, a diferença da cobertura vacinal face ao ano anterior é ainda mais acentuada, passando de 39,7% para 43,6%. À exceção da população alvo 60-64 anos, cuja taxa de vacinação está ligeiramente abaixo do que se verificava na época 2023/24 (-4%)”.
O Vacinómetro mostra, nesta fase, que em relação à vacina de dose elevada que é administrada gratuitamente nas pessoas com 85 ou mais anos de idade, na amostra total estudada 52,9% dos inquiridos não sabem que está disponível tal alternativa para esta população específica.
Relativamente à coadministração, e tendo por referência os dados da vaga anterior, a taxa de coadministração da vacina contra a gripe/COVID 19 nos grupos com recomendação diminuiu (passou de 82,9% para 76,6%), ainda que o principal motivo pela decisão de receber ambas as vacinas ao mesmo tempo se mantenha o mesmo (quero estar protegido/considero que ambas são importantes para a minha saúde).
Ainda em relação à coadministração, mas tendo por base os inquiridos que ainda não se vacinaram, mantém-se a tendência da vaga passada em que a maioria pretende vacinar-se levando as duas vacinas ao mesmo tempo (57,7%), tendência que está em linha com os resultados do ano passado, ainda que com valores bastante menos expressivos (85,3% vs 57,7%).
O Vacinómetro é um projeto de monitorização da cobertura vacinal, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi Pasteur. Lançado no ano de 2009, o Vacinómetro permite monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela DGS. Nesta época estão envolvidos na amostra do estudo 4005 participantes, residentes em todo o território de Portugal Continental e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.